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HISTÓRICO
Dark Room teve inicio em 2013 durante a residência do Festival CAUSA , seguiu em diversos contextos na situação de residência artística ou laboratório de criação, até chegar a formar recentemente um grupo permanente de investigação sediado na cidade de Santos/SP. De 2013 até aqui foram realizadas as seguintes atividades:

> Participação na residência artística do Festival CAUSA 2013; Juiz de Fora/MG.

> 2 mostras de processo no Festival CAUSA< ações artísticas>2013; Juiz de Fora/MG.

> 1 oficina de compartilhamento das ferramentas com o público durante o Festival CAUSA> ações artísticas>2013; Juiz de Fora/MG.

> 1 curso/laboratório de criação com duração de 2 meses no Diversão & Arte Espaço Cultural; Juiz de Fora/MG,2013.

> DARK ROOM laboratórios no escuro lab1: brinquedos sensoriais; laboratório realizado no SESC/Santos; Santos/S, 2014..

> DARK ROOM lab2: sistemas coreográficos; laboratório de criação realizado na sala Renée Gumiel/FUNARTE; São Paulo/SP, 2014.

> Participação na Residência Cartograma 2015 – N(i)D Laboratório de Corpo e Arte/ Unifesp.

> Pesquisa premiada pelo 4º CONCURSO DE APOIO A PROJETOS CULTURAIS INDEPENDENTES NO MUNICÍPIO DE SANTOS, compreendendo as ações: formação de grupo de pesquisa permanente; 2 oficinas e realização de 4 apresentações públicas.

> Participação no Festival Cartograma 2015 – N(i)D Laboratório de Corpo e Arte/ Unifesp, compreendendo uma comunicação pública sobre a pesquisa e o compartilhamento das ferramentas de trabalho.
Em uma época onde experimentamos varias formas de presença, qual o sentido de propor uma dança a partir de um encontro físico? Quais aspectos dessa situação não poderiam ser explorados via streaming ou vídeo? Como atualizar as ideias sobre corpo, dança, coreografia, performance, diante das transformações do nosso tempo?

Dark Room é uma proposta coreográfica para espaços escuros que tem acontecido em diferentes contextos desde 2013 e tem se revelado um lugar interessante para gerar e buscar responder perguntas como essas, porque o espaço escuro está muito relacionado com uma atitude investigativa. Suprimir uma parte da informação nos convida a completa-la, implica nosso corpo. A escuridão traz a vitalidade do encontro com o desconhecido, evoca a capacidade de re-conhecer coisas.

Das questões mais diretamente ligadas à linguagem, o espaço escuro propõe de inicio uma revisão do papel do espectador, que se percebe dentro da coreografia. Somos convidados a re-conhecer esses papeis (performer/espectador/coreógrafo) e re-desenhar suas relações, na direção de um pensamento sistêmico, onde os diferentes elementos podem atuar em relação de co-dependencia.

Em certa medida podemos dizer que nessa experiência todos são convidados a viver o papel de performer, já que não é possível pensar nas oposições dentro/fora do espetáculo. De alguma maneira podemos dizer também que é possível a todos viver a experiência do coreografo, porque a posição de cada um altera concretamente a coreografia, de modo que uma estrutura coreográfica pode ser desdobrada em tantas coreografias quanto o numero de pessoas presentes.

A própria noção de coreografia é revisitada quando retiramos da experiência coreográfica um de seus pilares estruturais: a visualidade. A dança tem sido culturalmente explorada como algo a ser visto. Desde quando escrita pela primeira vez em 1700, por Raol Auger Feuillet, a palavra coreografia já vinha associada à imagem bidimensional, mais diretamente ligada ao desenho. O procedimento coreográfico seria mediado pela antecipação virtual da dança sobre uma folha de papel em branco. Essa relação com o plano virtual e bidimensional do desenho seria o cerne do pensamento da dança ocidental, a sua fundação.

Em um momento onde a produção e consumo de imagem ganham extrema importância social, cultural, econômica e afetiva na vida das pessoas, percebemos a pertinência de re-ver as hierarquias dos sentidos na cultura do corpo e da dança, trazendo o foco dos estudos para a experiência/acontecimento/cena/performance e investigando, para além da visualidade, as peculiaridades desse tipo de presença no estudo coreográfico.


O ESCURO ILUMINA O CORPO